28/04/2010

diario da semana (eduardo mondlane)


Eduardo Chivambo Mondlane(Manjacaze, Gaza 20 de Junho de 1920- Dar es salaam, 03 Fevereiro de 1969) foi um dos fundadores e 1º presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), a organização que lutou pela independência de Moçambique do domínio colonial português. O dia da sua morte, assassinado por encomenda-bomba, é celebrado em Moçambique como o dia dos heróis de Moçambique.
Filho de um chefe tradicional, Mondlane estudou na missão presbiteriana Suiça próximo de Manjacaze, terminou os seus estudos secundários numa escola da mesma igreja na Africa do Sul e, depois de uma curta passagem pela universidade de Lisboa, foi ainda financiado pelos Suiços a fazer os estudos superiores nos Estados Unidos da America, onde se doutorou em sociologia.
Trabalhou para as Nações Unidas, no departamento de curadoria, como investigador dos acontecimentos que levavam à independência dos países Africanos e foi também professor de história e sociologia na universidade de Syracuse, em Nova Iorque. Nessa altura (década de 1950), Mondlane teve contactos com Adriano Moreira, um ministro português que queria recruta-lo para trabalhar na administração colonial; Mondlane, por seu turno, tentou convencê-lo da necessidade de Portugal seguir o caminho dos restantes países, que estavam a dar independência às suas colónias Africanas.
Em 1961, visitou Moçambique, a convite da Missão Suiça, e teve contactos com vários nacionalistas, onde se convenceu que as condições estavam criadas para o estabelecimento de um movimento de libertação. Por essa altura e independentemente, formaram-se três organizações com o mesmo objectivo: a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), a MANU (Mozambique African National union, à maneira da KANU do Quénia e de tantas outras) e a UNAMI (União Nacional Africana para Moçambique Independente). Estas organizações tinham sede em países diferentes e uma base social e étnica também diferente, mas Mondlane tentou uni-las, o que conseguiu, com o apoio do presidente da Tanzânia, Julius Nyerere - A FRELIMO foi de facto criada na Tanzânia com base naqueles três movimentos, em 25 de Junho de 1962 e Mondlane foi eleito seu 1º presidente. Com Uria Simango como Vise-Presidente.
Nessa altura, Mondlane já tinha chegado à conclusão que não seria possível conseguir a independência de Moçambique sem uma guerra de libertação, mas era necessário desenhar uma estratégia e obter apois para levar a cabo, o que Mondlane começou a fazer. Os primeiros guerrilheiros foram treinados na Argélia e, entre eles, encontrava-se Samora Machel que o substituiria após a sua morte.
Eduardo Mondlane à 3 de Fevereiro de 1969, morreu ao abrir uma encomenda (em especie de livro) que continha uma bomba, na casa de uma ex-secretária de sua esposa, Betty King. Suspeita-se que a encomenda teria sido preparada em Lourenço Marques pela PIDE.
Mondlane deixou viúva, Janet Mondlane que foi 1ª Directora Nacional de Acção Social de Moçambique independente e a 1ª Presidente do Conselho Nacional contra a SIDA, já nos anos 2000-2004, e três filhos. Mais importante deixou um livro "Lutar por Moçambique", que só foi publicado alguns meses depois da sua morte, onde detalha como funcionava o sistema colonial em Moçambique e o que seria necessário para desenvolver o país.
África tem de descobrir Eduardo Mondlane. (espero com isto voce alimenta + a sua biblioteca.)